Dotar os cuidados de saúde primários de cardiopneumologistas é o grande desafio que o Governo tem para os próximos dias em Portugal. O concurso para abertura de vagas já está atrasado, mas candidatos não vão faltar, como afirmou o presidente do 22.º Congresso Português de Cardiopneumologia que decorreu na cidade de Évora.
13 Abril 2017
Gil Nunes salientou que esta valia vai permitir fazer uma prevenção, conseguindo despistar-se problemas de saúde ao nível dos eletrocardiogramas e das espirometrias. A existência destes profissionais é reconhecida pelo presidente da Administração Regional de Saúde, José Robalo, que sublinhou o facto de o Alentejo ter uma carrinha móvel a circular onde estes exames são efetuados pelos técnicos cardiopneumologistas.
Os técnicos de diagnóstico e terapêutica reuniram-se para partilhar conhecimentos e temáticas nas diferentes áreas de valência da cardiopneumologia. De acordo com o presidente do congresso, os cuidados de saúde primários, a autonomia e responsabilidade na profissão, a certificação e reconhecimento dos cardiopneumologistas nas vastas áreas de especialização foram assuntos que mereceram reflexão e definição de estratégias no sentido de sensibilizar o Ministério da Saúde para a importância da existência destes profissionais neste setor.
Gil Nunes salientou que os cuidados de saúde primários têm carência de técnicos de cardiopneumologia no Alentejo. “A realização de um eletrocardiograma e de uma espirometria deve ser efetuada por um cardiopneumologista”, frisou, lamentando que nem todas as unidades de saúde estão cobertas, “como era imprescindível”.
O mesmo responsável explicou, contudo, que não é por falta de recursos humanos, “pois há muitos que estão a emigrar para o Reino Unido em vez de ficarem cá, onde fazem falta”, acrescentando não terem sido ainda abertos os concursos.
Prevenção primária ajuda a contrariar patologias
O dirigente lembrou que o presidente da Administração Regional de Saúde, José Robalo, “quer muito que os centros de saúde tenham cardiopneumologistas para que haja uma prevenção primária”. E acrescentou: “O eletrocardiograma permite ir avaliando as probabilidades de um acidente vascular cerebral. A realização de uma espirometria pode fazer com que o doente venha a fazer algum tipo de terapêutica para a parte respiratória, retirando-se, assim, essa carga aos hospitais e fazer uma prevenção de determinadas patologias”.
Uma delas é a Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica (DPOC) em que a espirometria é fundamental para prevenir ou mesmo identificar a doença. “Pensando no valor dos equipamentos de eletrocardiograma e de espirometria ou na prevenção secundária sai muito mais caro tratar do que prevenir”, vincou Gil Nunes.
O presidente do congresso afirmou ainda ao “Diário do Sul” que, para além de toda a vertente técnico-científica, foi dado lugar de destaque às comemorações dos 30 anos da Associação Portuguesa de Cardiopneumologistas, marco histórico da Cardiopneumologia.